A celebração dos 125 anos de história do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), comemorada nesta segunda-feira (3), gerou sentimentos como nostalgia e saudade para os homenageados que frequentaram durante décadas os corredores e setores da Corte potiguar, além das unidades do Judiciário espalhadas pelo estado. Foi esse o caso, por exemplo, do juiz aposentado Enéas Olímpio Maia, que estava ausente há 34 anos do exercício da magistratura. Para ele, que voltou às dependências da Justiça Estadual, a homenagem foi recebida com bom humor.
“Nem imaginava que iriam lembrar de mim depois desses anos todos”, comentou o magistrado pouco antes do início da solenidade, que contou com a presença de autoridades dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, municipal e estadual, realizada no auditório da sede do Tribunal de Justiça, na Cidade Alta.
“Sinto-me lisonjeado. Esse é um reconhecimento merecido a todos aqueles que se dedicaram com amor ao Poder Judiciário”, complementou o desembargador aposentado, Armando da Costa Ferreira, que presidiu o TJRN no biênio 2001/2002, também agraciado com a peça denominada de “pelerine”, que compõe a toga do magistrado. Além dele e do colega de judicatura, Enéas Maia, também receberam o reconhecimento o desembargador Deusdedith Chaves Maia e o juiz Sábato Barbosa D’andrea, ambos aposentados. Sábato D´andrea foi representado por sua filha, a servidora Dinamene de Araújo D´andrea.
“Meu maior reconhecimento é meu filho [desembargador Amílcar Maia] ter me sucedido na magistratura, mas essa homenagem todos aqui merecem”, pontuou o desembargador Deusdedith Maia , que passou, como juiz, pelas comarcas de Serra Negra do Norte, Apodi, Caraúbas, Areia Branca, Pau dos Ferros e Mossoró, sendo promovido a desembargador, pelo critério de merecimento em fevereiro de 1981.
Saudação
Os magistrados foram saudados pelo decano do TJRN, desembargador Amaury Moura Sobrinho, o qual destacou que a trajetória desses homenageados engrandece e dignifica a Justiça do Rio Grande do Norte.
Afirmando ter a alegria e a honra de saudar os quatro magistrados, Amaury Moura disse que hoje o TJRN, por justa e merecida medida, homenageia quatro dos seus magistrados num gesto de reverência aos seus virtuosos atributos, aos quais, no exercício de suas atividades jurisdicionais, no primeiro ou no segundo grau, contribuíram enormemente para a sólida edificação do Poder Judiciário do RN.
Segundo o decano do TJRN, a história individual de cada um, demonstra a referência profissional e moral que definitivamente se tornaram, cada um a seu tempo e modo, mas todos, indistintamente, possuidores dos predicamentos que devem nortear a conduta do magistrado: conhecimento jurídico, independência, firmeza no decidir, reputação ilibada e sobretudo, equilíbrio e serenidade no seu proceder.
Amaury Moura saudou-os expressando a gratidão e o reconhecimento coletivo da Corte Estadual de Justiça, pela grandeza profissional de todos na conjunção dos conhecimentos intelectuais e morais postos ao efetivo exercício do sacerdócio chamado judicatura.
Medalhas
A celebração também foi marcada pela entrega de duas medalhas do Valor Judiciário Seabra Fagundes, considerada a mais alta honraria concedida pelo Poder Judiciário potiguar e que leva o nome do advogado, jurista e magistrado brasileiro. Seabra Fagundes presidiu o TJRN e foi ministro da Justiça, durante o governo de Café Filho.
A honraria foi entregue ao desembargador aposentado, Ivan Meira Lima, presidente do TJRN no biênio 1985/1986, bem como ao atual vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Emmanoel Pereira. “Já recebi muitas homenagens país afora. Mas, receber essa medalha na minha terra natal e na Corte na qual dei meus primeiros passos como advogado, antes de assumir, há 16 anos, minhas funções no TST, é uma das maiores, senão a mais especial que recebi na vida”, destacou o ministro da Corte maior da Justiça do Trabalho.
Para o presidente do TJRN, desembargador presidente Expedito Ferreira, o TJ potiguar tem como principal desafio a necessidade de aprimorar, nos próximos anos, a celeridade nos julgamentos. “Essa é uma busca constante do Judiciário estadual”, definiu o gestor da Corte estadual.
Fonte: TJRN