A comarca de Poço Branco, localizada no Agreste potiguar, está promovendo uma série de ações durante a 10ª edição da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa. Segundo o juiz José Ricardo Arbex, o objetivo é conscientizar as mulheres sobre os tipos de violência doméstica e quais as formas de proteção que podem ser buscadas pelas vítimas.
O magistrado aponta que devido à precariedade na educação e na infraestrutura, bem como problemas de alcoolismo dos parceiros, o município de Poço Branco recebe uma grande demanda de casos de violência doméstica, levando a pedidos diários de medidas protetivas.
Diante desse quadro, a comarca promoveu uma rodada de palestras educativas, nesta terça e quarta-feiras, com ações no fórum local e na Escola Municipal vereador Raimundo Rosa Santiago. O juiz José Ricardo Arbex falou sobre “Os desafios do poder judiciário na sociedade”; o chefe de secretaria Marcelo Lopes tratou das ‘‘Considerações sobre a Lei Maria da Penha” e a oficial de Justiça Ana Suely abordou os “Desafios da mulher na sociedade contemporânea’’.
Também participaram das palestras o delegado Getúlio Torres (Atuação policial no combate a violência doméstica) e a secretária municipal de Assistência Social, Ana Cristina Galdino (Garantia de direitos da criança, idoso e mulher).
Ricardo Arbex relata que as ações tiveram como alvo estudantes da rede pública e suas mães. “Os adolescentes estavam bem mais participativos nas atividades. Já as mães estavam mais retraídas”, observou o juiz. A preocupação em incluir os adolescentes vem da percepção de que a violência em casa gera futuros agressores a partir das crianças que presenciam as situações de violência, o que pode ocasionar traumas ao longa da vida ou a reprodução do comportamento violento.
Outro tópico destacado pelo juiz Ricardo Arbex foram as medidas preventivas que podem ser tomadas para se evitar o crescimento da violência contra a mulher, como a disseminação da educação e informação e a observação no comportamento doméstico dos parceiros. “É um passo de formiguinha, mas é um primeiro passo”, pondera o magistrado.
Para uma ação mais permanente, a comarca promoverá mesas de debates com adolescentes, além de um trabalho psicológico com as mães. Outra perspectiva é a realização de grupos reflexivos entre agressores com a presença de psicólogos.
A programação da Semana da Justiça pela Paz será encerrada hoje (7) com a Caminhada das Mulheres, marcada para às 15h, na praça Coração de Jesus.
Fonte: TJRN