Conselheiro do CNJ fala sobre efetividade do processo para juízes substitutos do RN

Conselheiro do CNJ fala sobre efetividade do processo para juízes substitutos do RN

Em mais uma ação que objetiva melhor contribuir para a formação dos seus membros, o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte, por meio da Corregedoria Geral de Justiça, trouxe o conselheiro Henrique Àvila, do CNJ para falar sobre “Os recursos repetitivos e a efetividade do processo – uma ótica do Conselho Nacional de Justiça”, no II Encontro dos Juízes Vitaliciandos, realizado nade sexta-feira, 18, no auditório da Sede daquele órgão integrante do Poder Judiciário do Rio Grande do Norte.

Na ocasião, o conselheiro passou um pouco da sua vivência para os juízes substitutos do Rio Grande do Norte. Para ele, é muito salutar ver 40 novos juízes ingressando na prestação jurisdicional, porque hoje o Poder Judiciário vive uma crise de mão-de-obra (sobretudo na primeira instância) – pois não considera fácil garimpar talentos, juízes vocacionados que sejam dignos de uma função estatal de tamanha relevância – e também por uma questão orçamentária, pois não é simples encontrar espaço nos orçamentos dos tribunais para a contratação de pessoal qualificado.

Ele falou da responsabilidade do juiz nos dias de hoje, pois é um profissional muito cobrado, o que faz da magistratura uma paixão para aqueles que a abraçam, ou seja, uma profissão de fé, sobretudo em tempos de crise que exige que o magistrado tenha essa consciência da importância do Poder Judiciário.

Para o conselheiro, o Judiciário é chamado a resolver problemas que não são dele e muitas vezes a população deposita nele esperança de resolução de equívoco que ela mesma cometeu. Segundo Henrique Ávila, apesar de receber críticas de todos os lados, por ser analisado todos os dias, o trabalho do juiz deve ser desempenhado com independência.

Código cidadão

Sobre o tema de sua palestra, elogiou o novo Código de Processo Civil, que considera um código cidadão, e enalteceu o fato dele estimular a observância dos precedentes e também de fazer com que os juízes observem a sua jurisprudência, seus precedentes. “Este novo código dá dimensão aos precedentes para que os juízes os sigam, ao mesmo tempo em que a mediação e a conciliação vêm em um momento importante para que o Judiciário passe uma mensagem positiva para a sociedade de que está aqui quando ela precisar ”, assinalou.

Sobre as críticas ao Judiciário, ele considera que existam pelo fato de ser o último baluarte da sociedade e muitas o juiz acaba virando administrador público. Para o conselheiro, o magistrado deve estimular o acordo, a conciliação. “A cultura do Brasil é do litígio, é adversarial. Aprende-se que a vitória do advogado se traduz em uma sentença positiva do juiz e não um acordo. Todo mundo espera uma sentença e tudo vai parar no Judiciário devido a essa cultura do brasileiro pelo litígio”, revelou.

Entretanto, Henrique Ávila disse que essa cultura está se alterando com a instituição do processo eletrônico e que a informatização do Judiciário (com o devido aperfeiçoamento dos procedimentos) representa uma ótima ferramenta para o trabalho do juiz. Para ele, esse processo informatizado vai mudar a realidade atual para melhor.

Ao final, elogiou a iniciativa do Poder Judiciário potiguar. “É muito importante que os novos juízes hoje tenham a dimensão de que o Poder Judiciário hoje assume um protagonismo muito grande na sociedade. Isso é muito natural em momentos de crise, que o Poder Judiciário seja mesmo chamado para resolver os conflitos que passam a ser muito mais numerosos nessa circunstância toda, e é importante que o juiz tenha a consciência da responsabilidade que ele tem junto à sociedade, que ele é a última esperança da sociedade exatamente para estabelecer uma paz social, para colocar as coisas de volta no rumo correto. Quero parabenizar o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte pela bela iniciativa”, concluiu.

Fonte: TJRN

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