O grave episódio ocorrido no Fórum do Butantã, em São Paulo, onde um homem fez uma juíza refém e tentou incendiá-la nesta quarta-feira (30), demonstra a urgência da necessidade de mais segurança para os magistrados e seus locais de trabalho. Essa é a opinião unânime de diversos integrantes da AMB, que reiteraram a importância do tema.
“O atentado contra a juíza Tatiane Moreira Lima demonstra que a atividade da magistratura é de alto risco. Portanto, o sacrifício do juiz em prol da sociedade precisa ser valorizado e reconhecido”, afirma o coordenador da Justiça Estadual da associação e presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão (Amma), Gervásio Santos.
Integrante da Secretaria de Segurança dos Magistrados da AMB, Getúlio Corrêa acredita que o episódio sintetiza o que ocorre na maior parte do Brasil. “O que ocorreu no estado de São Paulo, na minha visão, é apenas a representação do estado de insegurança do Poder Judiciário em todo o País, com raríssimas exceções. A situação do fórum, onde ocorreu esse incidente, é emblemática e representa o estado de insegurança que existe hoje, particularmente nos fóruns, mas também nos tribunais”, afirma o presidente Associação dos Magistrados das Justiças Militares Estaduais da (AMAJME).
A diretora da secretaria de gênero da AMB, Amini Haddad, reforça que o episódio também reflete a violência contra a mulher. “Temos várias estruturas da violência de gênero ali. Precisamos abordar não só o aspecto específico de como os magistrados estão vulneráveis a situações de violência, mas também essa outra situação específica a que as mulheres são submetidas”, declara.
Para a vice-presidente de Prerrogativas da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Hadja Rayanne de Alencar, o atentado reflete o que as associações e a AMB vêm advertindo há muito tempo sobre a exposição dos magistrados e a questão da falta de segurança no ambiente de trabalho. “Essa é uma questão que exige uma atenção imediata. Existe resolução do Conselho Nacional de Justiça sobre segurança, mas via de regra ela é ignorada ou cumprida apenas parcialmente. Isso expõe a vida e a integridade dos magistrados. Nós precisamos evoluir, pois não é possível trabalhar sem um ambiente seguro”, reitera.
Fonte: AMB
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