O diretor do Fórum Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), Paulo Sorci, começou sua palestra no I Fórum Nacional de Execução Penal (Fonavep), nesta sexta-feira, apresentando dados do sistema carcerário brasileiro. O magistrado afirmou que, atualmente, o déficit é de 328 mil vagas num universo de mais de 600 mil presos. Cada preso tem um custo diário de R$ 80,00.
Paulo Sorci falou da necessidade de os juízes de execução penal operarem como um filtro de bom senso. “O juiz de execução tem que fazer uma verdadeira arte e dizer quem pode ficar e quem não pode. Para fazer essa operação, ele tem que ter instrumentos, estrutura, uma equipe de psicólogos e psiquiatras”, explicou, ao frisar a necessidade de alertar os tribunais sobre a importância da estruturação das Varas de Execuções Penais.
A incompetência do Estado, superlotação, servidores não capacitados, ausência de disciplina e falta de ensino foram apontados pelo palestrante como as principais causas da crise carcerária. “ O Estado Brasileiro despreza o preso e o pobre desde o Império. Enfrentar a crise carcerária sem o aprimoramento da sociedade brasileira é o desafio hercúleo para nós, juízes de execução penal”, frisou.
No final da sua explanação, Paulo Sorci, que tem 22 anos de carreira e uma vasta experiência na área, exibiu um vídeo de um jovem de São Paulo que nasceu numa favela, filho de um pai condenado por crimes violentos e que cresceu acompanhando a mãe visitando o presídio. “Eduardo Lira hoje virou jornalista e é considerado um dos 20 jovens mais influentes do mundo”, disse.
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Fonte: AMB
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