Com o objetivo de fazer com que os estudantes da Residência em Tecnologia da Informação Aplicada à Área Jurídica conheçam mais aprofundadamente a estrutura e funcionamento do Poder Judiciário, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) promoveu, nesta segunda-feira, 04, no Instituto Metrópole Digital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mesa redonda com representantes das duas instituições para um debate com os 40 alunos beneficiários do programa.
O programa teve início no dia 1º de agosto com uma aula inaugural do Programa de Residência em Tecnologia da Informação Aplicada à Área Jurídica. O programa de pós-graduação, desenvolvido em convênio firmado entre o TJRN e o Instituto Metrópole Digital da UFRN, pretende que os 40 estudantes possam contribuir no sentido de desenvolver atividades práticas na Secretaria de Tecnologia da Informação (Setic) do Tribunal.
Segundo o diretor do Departamento de Infraestrutura e Suporte da Setic, Gilvan Galvão, a Residência Judicial em TI foi dividida em três subáreas dentro da informática: Residência em Desenvolvimento, Residência em Infraestrutura e Residência em B.I. e que, mesmo os estudantes já tendo feito uma imersão no TJ, a mesa redonda serve para aprofundar os conhecimentos repassados para eles.
“O objetivo principal é divulgar para os residentes um conhecimento maior da Infraestrutura do Tribunal de Justiça. Estão estão presentes aqui os 40 residentes, magistrados e representantes da área de T.I. do TJ para divulgar os objetivos que a Residência pretende alcançar junto com os estudantes”, afirmou.
Na mesa redonda participaram das discussões a juíza e professora da UFRN Keity Saboya; a juíza Hadja Rayane; o professor Itamir de Morais, coordenador da Residência em TI; Gilvan Galvão, diretor do Departamento de Infra-estrutura e Suporte da SETIC e o secretário de Comunicação Social, Osair Vasconcelos.
Desafios
A juíza Keity Saboya observou que o encontro debateu o papel da Secretaria de Tecnologia do Poder Judiciário, mais especificamente sobre as tecnologias da informação e da comunicação e o Poder Judiciário na tentativa de reduzir a tão combatida morosidade e na implementação da produtividade dos magistrados.
“Eu acho que os residentes precisam ouvir quem usa os sistemas, pois eles têm expertise sobre os sistemas eletrônicos mas muitas vezes não ouvem os usuários dos sistemas. Então eu acho importante trazer alguém que usa os sistemas para ouvir o que está faltando ou o que está em excesso”, comentou a juíza.
Citando aspectos como o crescente número de processos que chegam ao Judiciário, ela disse que os magistrados precisam de auxílio dos profissionais de T.I. para vencer o desafio de tentar gerir os 800 mil processos em tramitação no Judiciário potiguar, buscando sempre o combate à morosidade da Justiça. “Nós precisamos do auxílio de vocês para vencer os desafios e paradoxos existentes hoje: como fazer justiça buscando reduzir a morosidade da Justiça e qual é o papel da Secretaria da Tecnologia da Informação e Comunicação com o uso dessa ferramenta e o Poder Judiciário”, assinalou.
Caminhos e perspectivas
A juíza Hadja Rayane discorreu sobre sua experiência na magistratura no enfrentamento dos desafios que a implementação da informatização dos processos trouxe para o dia a dia forense. Ela lembrou dos percalços enfrentados e se disse uma entusiasta das novas tecnologias (novo formato de processo e novo formato de secretaria e de como controlar o trabalho da secretaria). “Nós ainda não encontramos o formato ideal e ainda estamos engatinhando em relação a isso”, opinou.
Osair Vasconcelos fez um resgate histórico sobre o surgimento e evolução desse novo “mundo virtual” e concluiu que ele trouxe uma grande frustração que foi a falsa impressão de ganho de tempo para a sociedade. Isto porque, apesar de trazer comodidade por um lado, essa nova realidade trouxe uma complexificação do mundo digital o que tornou a vida mais demorada em alguns aspectos.
“O mundo digital como um todo complexificou a vida, o que, no ramo do direito, faz as pessoas exigirem mais leis e assim busquem mais o Judiciário”, concluiu. Ele chamou a atenção também para a importância da linguagem utilizada pelos profissionais em T.I. quando se relacionar com os usuários, que precisa ser compreensível para atender bem aos anseios daqueles.
O professor Itamir de Morais, passou conselhos para os seus alunos como: sempre utilizar uma linguagem mais compreensível pelo usuário; se sensibilizar com os anseios de quem utiliza os sistemas; melhorar os processos de trabalho para maior celeridade e garantir maior agilidade nos fluxos de trabalho. “A sensibilização é muito importante para a T.I., porque ela é uma área meio, mas é o alicerce para que a instituição tenha sucesso”, comentou.
Fonte: TJRN